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O governo dos Estados Unidos anunciou um importante passo para modernizar os pagamentos no país: o fim do uso de cheques pelo governo federal. Em decreto publicado recentemente, a Casa Branca determinou que, sempre que legalmente possível, pagará e aceitará apenas formas eletrônicas a partir do final de setembro de 2025. A medida busca eliminar um dos passatempos financeiros mais antigos da população americana, alinhando-se a uma tendência global de digitalização dos pagamentos.

Os EUA são líderes mundiais na emissão de cheques, com números dez vezes maiores do que Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Austrália somados, segundo estudos da consultoria McKinsey. No entanto, os cheques são mais onerosos para o governo, caros para imprimir, enviar e suscetíveis a fraudes. Além disso, possuem maior risco de não chegarem ao destinatário correto.

Apesar disso, em 2023, um em cada cinco pagamentos ao governo ainda era feito via cheque, conforme dados do Federal Reserve de Atlanta. O uso persistente está associado à fragmentação do sistema bancário americano, com milhares de bancos e cooperativas de crédito dificultando a adoção de soluções digitais conjuntas. Além disso, muitos estabelecimentos, especialmente pequenos negócios como prestadores de serviços, preferem cheques para evitar as altas taxas dos cartões de crédito e débito, que nos EUA superam em muito as praticadas na União Europeia.

A transição, no entanto, deve ser gradual. O hábito gera resistência, especialmente entre pessoas acima de 65 anos, que ainda representam a maior parcela dos usuários de cheques. Mesmo com o avanço da digitalização, o cheque ainda tem seu espaço, exigindo atenção para uma transição que garanta conforto e segurança para consumidores e comerciantes.

Com o fim dos cheques no setor público, os EUA alinham-se a países como Dinamarca e Finlândia, que já eliminaram o papel como forma de pagamento. A era dos cheques pode estar próxima do fim, mas a adaptação completa ainda levará tempo.